O assoalho da minha casa qualquer dia vai cair
Do buraco eu contei trezentos ratos sair
Do quarto fizeram um tuni e comunica no jardim
O choro do rato novo não deixa nóis mais dormir
Vou entregar a casa pro rato e vão pagar aluguel pra mim
Vinte gatos me roubaram, com certeza foi pra faca
Meus vizinhos faz banquete, não compra carne de vaca
Diz que o rei dos macumbeiros tem diploma da suaca
Lá só entra fazendeiro com um milhão na guaiaca
Só se vê cheiro de vela e o barulho da matraca
Pra mim descobrir o ladrão fiz um gato de madeira
E mandei pintar de preto na noite de sexta-feira
Pela perna do meu gato catucaram a fazendeira
O remédio que eles vendem é água de bananeira
Do osso eles faz macumba e o couro joga na capoeira
Lá na vila qualquer dia quero ver o pau quebrar
Quando eu soube da notícia do amigo Juvenal
Diz que a luz da casa dele é o macumbeiro que dá
Quando começa o trabalho manda a muié desligar
Juvenal fica no escuro rezando pra luz voltar
Pra matar não me convém, pois o crime não compensa
Eu dei parte ao delegado para tomar providência
O doutor meus instigado vai pensar na consciência
A resposta que ele deu: Pra mudar de residência
Se eu não fosse ali o chefão já tinha abrido falência