Caminhando pela rua, sem destino
Relembrando uma cruel separação
Entrei num bar para esquecer meu desatino
Daquela ingrata que roubou minha ilusão
Ao entrar naquele bar
Para as mágoas afogar, eu chamei pelo garçom
E notei que ele soprava
Quando da mesa tirava um copo sujo de batom
E ao servir-me uma bebida, pronunciou com voz dorida
O nome de uma mulher que ali estivera há pouco
E por um destino louco, o seu carinho não que
Estremeci ao escutar aquele nome
Vi meu passado em minha mente refletir
Compartilhei a mesma dor daquele homem
Pela mulher que a beber, vive a sorrir
Seu cigarro derradeiro
Se findava no cinzeiro com o fim do seu pudor
Quem me fez chorar outrora
Aquele garçom agora faz sofrer a mesma dor
Ele contou-me a história
Do seu amor sem glória por essa mulher sem nome
Sem saber que do meu lar
Foi rainha e frente ao altar recebeu meu sobrenome